Os princípios do desenho universal foram criados para tornar ambientes e produtos acessíveis a qualquer tipo de pessoa. Dessa forma, impediria que pessoas com algum tipo de deficiência fosse impossibilitada de utilizá-los.
O conceito desenho universal ou desenho de acessibilidade, surge como uma possibilidade para criar espaços mais diversos e inclusivos. Você já conhece os princípios do desenho universal? Neste artigo, você vai entender sobre cada um deles.
Do que se trata o conceito de desenho universal?
O conceito de desenho universal (Universal Design) foi criado pelo arquiteto norte-americano Ronald Mace, uma pessoa com deficiência física que usava um respirador artificial.
O termo foi criado em 1985 como uma proposta de Mace para mudar a percepção e promover uma utilização universal de produtos e projetos que fossem criados. O arquiteto queria que todas as pessoas, independentemente de estrutura corporal, forma, meio de locomoção, pudessem usar as mesmas coisas.
Embora seu objetivo principal seja promover a igualdade de acessos, o desenho universal não é um conceito direcionado apenas para pessoas com deficiência, mas sim para todos. A premissa é evitar o desenvolvimento de ambientes e produtos específicos para pessoas com deficiência, pois o ideal é que todos os espaços e itens sejam acessíveis a elas também.
O conceito de desenho universal se propagou pelo mundo todo, principalmente entre os profissionais de arquitetura. Ronald Mace e um grupo de profissionais da Universidade da do Estado da Carolina do Norte, nos EUA, desenvolveram os sete princípios do desenho universal, que futuramente passaram a ser adotados internacionalmente.
No Brasil, o conceito de desenho universal ficou mais conhecido após um debate mundial promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1981.
7 princípios do desenho universal
Princípio 1 – Igualitário
O princípio igualitário se refere ao uso equiparável, ou seja, que pode se igualar a qualquer pessoa. São ambientes, produtos ou quaisquer tipos de objetos que podem ser utilizados por pessoas com capacidades distintas, tornando-os iguais para todos.
Desenho universal: exemplos de recursos igualitários
- portas com sensores que se abrem sem precisar de força física ou que estão ao fácil alcance das mãos de qualquer tipo de usuário;
- Assentos adaptáveis em estádios esportivos, teatros e outros tipos de auditórios;
- Rebaixamento completo da via, garantindo que todos os pedestres tenham a mesma condição de travessia;
- Equipamentos de autoatendimento em alturas que atendem uma faixa ideal de alcance manual, para que pessoas sentadas ou em pé tenham acesso.
Princípio 2 – Adaptável
O princípio adaptável se refere ao uso flexível, ou seja, que é maleável, adaptável, pode dobrar, curvar, alterar de acordo com o ambiente ou tipo de uso.
Desenho universal: exemplos de recursos adaptáveis
- Computador com teclado e mouse ou com programas de acessibilidade digital, que podem ser utilizados por pessoas cegas, por exemplo;
- Tesouras que podem ser usadas em qualquer uma das mãos, sendo compatíveis com pessoas destras e canhotas;
- Caixa eletrônico com resposta visual, tátil e auditiva, abertura afunilada para cartão e descanso para as mãos.
Princípio 3 – Óbvio
O princípio óbvio se refere ao que é claro e evidente. Aquilo que se conhece facilmente, sem a necessidade de explicação. Deve ser de fácil entendimento para qualquer pessoa, independente do que a pessoa já saiba ou conheça, sem exigir um esforço cognitivo maior do que o natural.
Desenho universal: exemplos de recursos óbvios
- Sanitário feminino e para pessoas com deficiência;
- Sanitário masculino e para pessoas com deficiência;
- Esteiras ou escadas rolantes em espaços públicos;
- Manual de instruções que contém desenhos no lugar de textos;
- Objetos que sejam simples de montar, sem a necessidade de instruções.
Princípio 4 – Conhecido
O princípio conhecido se refere à informação que é fácil de ser compreendida, ou seja, que combina diferentes sentidos e promovam o reconhecimento rápido de um ambiente ou objeto.
Nesse princípio do desenho universal, a comunicação deve acontecer de forma definitiva, não importando quais são as características do local ou do conhecimento que o usuário tem. Isso se reflete também no idioma, contemplando pessoas estrangeiras, por exemplo.
Desenho universal: exemplos de recursos conhecidos
- Mapas com informações em alto relevo para pessoas com deficiência visual;
- Maquetes táteis de obras de arte de grande porte ou obras de arquitetura;
- Diferentes maneiras de comunicação, como símbolos e letras em relevo, braille e sinalização auditiva;
- Sinalização redundante em aeroportos, estações de trem e metrô (mensagem por voz e visual).
Princípio 5 – Seguro
O princípio de seguro se refere àquilo que é projetado para minimizar os riscos e consequências de possíveis erros, ou acidentes que podem acontecer de forma acidental ou não intencional.
Desenho universal: exemplos de recursos seguros
- Elevadores com sensores em diversas alturas para impedir que a porta se feche enquanto as pessoas entram ou saem;
- Escadas e rampas com corrimão;
- Chave de carro que pode ser inserida em qualquer posição;
- Recurso “desfazer” em programas e softwares para que o usuário corrija um erro.
Princípio 6 – Sem esforço
O princípio de sem esforço se refere ao que não requer consumo alto de energia, dificuldade de manipulação, ou seja, requer o menor esforço físico possível. São recursos que podem ser usados com facilidade.
Desenho universal: exemplos de recursos sem esforço
- Torneiras de sensor ou do tipo alavanca, que minimizam o esforço ou a torção das mãos no acionamento;
- Lâmpadas de toque que não precisam de interruptor para serem acionadas.
Princípio 7 – Abrangente
O princípio de abrangente se refere ao local que deve ser adequado para que o usuário consiga se aproximar, alcançar ou manipular o que precisa. Isso significa que todas as pessoas, independentemente do padrão corporal, postural ou possibilidades de movimentação, devem ter acesso ao recurso.
Para isso, é necessário definir dimensões e espaços apropriados para que pessoas obesas, pessoas anãs, pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc., consigam acessar o local.
Desenho universal: exemplos de recursos abrangentes
- Poltronas para obesos em cinemas, teatros, meios de transporte, etc.
- Banheiros com dimensões adequadas de acesso para pessoas em cadeira de rodas ou que estão com carrinhos de bebês;
- Espaço suficiente em torno de aparelhos, caixas de correio, lixos e outros locais;
- Portas de estações de metrô dimensionadas em função do fluxo, de forma que acomodem todos os usuários.
Desenho universal: acessibilidade digital para todos
Os recursos de acessibilidade digital promovem o acesso a todas as pessoas, independente de limitações físicas, intelectuais ou cognitivas. Por meio da tecnologia, é possível que pessoas com deficiência visual e auditiva tenham acesso a qualquer tipo de conteúdo na internet, por exemplo.
Assim como pessoas com daltonismo, dislexia e neuro divergentes não serão impossibilitadas de ter acesso a determinados conteúdos ou ambientes online.
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Perguntas frequentes
O que é desenho inclusivo?
Desenho Inclusivo, também conhecido como Desenho Universal, é o desenvolvimento de produtos e espaços que sejam acessíveis a todas as pessoas, sem distingui-las por idade, tamanho, peso, entre outras características.
O que é desenho universal na educação inclusiva?
O desenho universal para educação inclusiva (DUA) é um conjunto de recursos utilizados para ampliar e promover o aprendizado de pessoas com e sem deficiência.
Existe lei de desenho universal no Brasil?
O desenho universal é regulamentado pelo Decreto Federal 5.296.