Você sabia que apenas 0,46% dos sites no Brasil atendem aos critérios de acessibilidade digital? Infelizmente, esse dado é real e foi apresentado pelo Movimento Web para Todos, que realizou uma pesquisa junto com a BigDataCorpi. 

A pesquisa, realizada em 2022, apresentou dados inferiores ao ano anterior. Em 2021, foi levantado que 0,89% dos sites ativos naquele momento atendiam os parâmetros de acessibilidade digital. Para chegar a esse resultado, 22 milhões de sites foram analisados. 

A acessibilidade digital deveria ser uma prioridade para as empresas, pois promove autonomia para as pessoas com deficiência e torna o universo online mais democrático para todos. Neste artigo, você vai entender porque acessibilidade digital é tão importante. 

O que é acessibilidade web ou acessibilidade digital?

Acessibilidade digital ou acessibilidade web é possibilitada por meio de recursos que são utilizados em sites e plataformas para garantir que pessoas com deficiência consigam navegar na internet de forma autônoma e independente. 

Quando um site oferece esses recursos, ele garante que uma pessoa com deficiência visual, por exemplo, consiga explorar todas as áreas do site sem qualquer impedimento e sem precisar da ajuda de outra pessoa. Dessa forma, pessoas com deficiência conseguem realizar tarefas simples ou complexas com maior autonomia.

Os recursos de acessibilidade digital ajudam a democratizar o acesso, pois sem eles, milhares de pessoas não conseguiriam utilizar os sites. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil há 17,2 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, mais de 8% da população. 

Os sites que não oferecem acessibilidade digital estão afastando milhões de pessoas todos os dias. 

Por que acessibilidade em sites é importante?

A falta de acessibilidade digital impede que pessoas com deficiência consigam realizar funções básicas em um site de forma independente. 

Sem um site acessível, não é possível realizar uma compra, acessar as notícias sobre o Brasil e sobre o mundo, conhecer pessoas, se comunicar por meio das redes sociais, estudar, trabalhar e obter conhecimento sobre diferentes assuntos. Ou seja, as pessoas com deficiência ficam limitadas a um ambiente muito menor do que o de outras pessoas que não têm deficiência.

Essa limitação acaba fazendo com que as pessoas com deficiência não possam aprender e se desenvolver como qualquer ser humano, limitando as possibilidades de emprego e até de convívio social.

A acessibilidade digital é importante não só para pessoas com deficiência, mas para outros perfis de pessoas que também apresentam alguma limitação, seja de acesso ou conhecimento. É o caso de crianças, pessoas idosas, pessoas que estão momentaneamente impossibilitadas fisicamente, como alguém que se acidentou, por exemplo, entre outros perfis.

Acessibilidade Digital é um direito

Além de importante, a acessibilidade digital é um direito de todas as pessoas com deficiência e é regulamentada pela Lei Brasileira de Inclusão. A lei estabelece que pessoas com deficiência têm direito ao respeito e que estabelecimentos físicos e online devem ser fiscalizados para garantir a acessibilidade. 

O Brasil ainda caminha a passos lentos para colocar a lei na prática. Mas existem empresas que estão chegando no país com soluções simples e rápidas de plugins e widgets que tornam o site acessível e em conformidade com a lei.

Acessibilidade digital: Conheça as diretrizes WCAG

O WCAG, ou Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web, é um conjunto de boas práticas para garantir a acessibilidade web. Baseadas em quatro princípios (perceptível, operável, compreensível e robusto), as diretrizes abrangem 13 padrões de acessibilidade. A versão mais recente das WCAG é a 2.2.

1. Perceptível

Estabelece que todos os elementos de um site devem ser facilmente percebidos pelos sentidos de uma pessoa. Isso quer dizer que o site não deve deixar nada escondido, camuflado ou invisível. 

As diretrizes que se encaixam nesse princípio são:

  • Alternativas de Texto: colocar descrições de texto alternativo em imagens e recursos visuais para auxiliar pessoas com deficiência visual ou cognitiva a compreender o conteúdo.
  • Mídia Temporal: Incluir textos alternativos e legendas para mídias interativas.
  • Adaptabilidade: Garantir que o site seja acessível em diferentes dispositivos.
  • Distinguibilidade: Utilizar formatação clara, tamanho de fonte adequado e contraste entre texto e fundo.

2. Operável

Um site precisa ser operável por qualquer dispositivo, como por exemplo navegação por teclado. Por isso, é bom evitar recursos de interação que não sejam acessados por esses periféricos. 

Sendo assim, o site deve ser utilizado por meio de clique, rolagem, comando de voz ou outros recursos assistivos.

Aqui, cabem as seguintes diretrizes:

  • Acessibilidade por Teclado: Todo site precisa ser acessado de forma completa por teclado, para auxiliar pessoas com deficiência motora. 
  • Tempo de Acesso: É importante evitar limitações temporais que prejudiquem usuários.
  • Prevenção de Convulsões: Evite elementos brilhantes ou piscantes. Eles podem causar convulsões ou desconforto em algumas pessoas.
  • Navegabilidade: Assegura uma navegação intuitiva e lógica.
  • Modalidades de Entrada: Mantenha consistência na experiência do usuário com diferentes dispositivos.

3. Compreensível

Toda e qualquer informação deve ser apresentada de forma que o usuário consiga entender facilmente. Ou seja, o conteúdo não deve exigir que o usuário tenha que desenvolver alguma habilidade de compreensão específica.

São três as diretrizes que se encaixam nesse princípio:

  • Legibilidade: Utilizar linguagem clara, evitando jargões e siglas desconhecidas.
  • Previsibilidade: Garantir que o site funcione conforme esperado.
  • Assistência de Entrada: Permitir que usuários salvem informações de entrada no navegador.

4. Robusto

O conteúdo deve ser sempre acessível e compatível com diferentes tipos de dispositivos e tecnologias, inclusive a tecnologia assistiva. Ou seja, o site não pode ficar desatualizado, de forma que o usuário utilize um recurso avançado que o site não é capaz de se adaptar.

Neste princípio, uma única diretriz se encaixa:

Compatibilidade: Certificar que o conteúdo seja interpretado claramente por todos os dispositivos, incluindo tecnologias assistivas.

Banner promocional com texto 'Descubra uma internet sem barreiras', mostrando um ícone de acessibilidade e o globo terrestre

Níveis de Acessibilidade digital de acordo com a WCAG

As WCAG definem três níveis de acessibilidade digital. À medida que o site vai comportando mais recursos de acessibilidade, ele passa para o outro nível e ganha mais uma letra “A” (sendo a AAA o nível máximo esperado). 

  • A (básico)
  • AA (intermediário)
  • e AAA (avançado)

Nada melhor do que exemplos para entender cada um desses níveis. Então veja como funcionaria a acessibilidade do site caso utilize recurso de áudio e vídeo. 

1. Nível A (básico)

Esse nível é o começo da acessibilidade digital. Ele aborda o básico para transpor barreiras de deficiências como a visual. 

São indispensáveis nesse nível:

  • Atalhos de teclas de caracteres
  • Gestos de acionamento
  • Cancelamento de ponteiro
  • Rótulo no nome
  • Atuação de movimento

Para o site citado como exemplo, é importante neste nível pensar nos conteúdos gravados. Uma mídia alternativa, legendas para conteúdo em áudio e audiodescrição para vídeos são soluções interessantes. 

2. Nível AA (intermediário)

O Nível AA vai ampliar a compreensão de mais usuários sobre o conteúdo da página. 

São indispensáveis nesse nível:

  • Orientação
  • Identificação de campos de entrada
  • Reorganização de conteúdo
  • Contraste em conteúdo não textual
  • Espaçamento de texto
  • Uso do mouse e foco
  • Mensagens de status

Para o site citado como exemplo, você já pode pensar nos conteúdos ao vivo que são transmitidos na página. Nesse caso, legendas sincronizadas e descrições de áudios pré-gravados são essenciais.

3. Nível AAA (avançado)

Sites com nível AAA de conformidade demonstram estarem realmente preocupados com a acessibilidade digital de forma completa. Eles oferecem recursos como descrição de texto, áudio, LIBRAS, entre outros.

São indispensáveis nesse nível:

  • Identificação da finalidade
  • Tempo limite
  • Animação de interações
  • Tamanho do alvo
  • Mecanismos de entrada concorrentes

Para o site citado como exemplo, existem alguns outros recursos interessantes de serem aplicados no nível de conformidade AAA. Conteúdos gravados anteriormente precisam ter interpretação em LIBRAS. É sempre bom ter uma mídia alternativa para conteúdos em áudio ao vivo. 

Em vídeos pré-gravados, é interessante pensar no tempo de pausa para audiodescrição. Caso não sejam longos o suficiente, você pode oferecer uma mídia alternativa ou uma audiodescrição estendida. 

Como tornar os sites acessíveis?

Agora, é hora de ir mais a fundo e entender como tornar seu site acessível em 7 passos.

1. Utilize textos alternativos (ALT)

Textos alternativos são as descrições que acompanham as imagens, ilustrações e fotos em um site. Esse descritivo permite que pessoas com deficiência visual consigam entender do que se trata a imagem mesmo que não possam ver.

Os leitores de tela, utilizados em computadores e smartphones, reproduzem o conteúdo das imagens por meio de áudio para seus usuários. Por isso, sempre que for adicionar conteúdo visual em seus sites, inclua uma descrição que explique o que está presente na imagem.

2. Adicione legendas e janela de Libras

As legendas e widgets com que permitem a reprodução da linguagem de sinais auxiliam pessoas com deficiência auditiva. Enquanto o conteúdo visual está sendo transmitido, a pessoa consegue entender o que está sendo falado. Esse recurso também beneficia qualquer pessoa que não pode ver um vídeo com o áudio ligado, não só as pessoas com deficiência.

3. Ajuste as fontes para atender as diretrizes de legibilidade

As fontes utilizadas nos textos também podem prejudicar a experiência de pessoas com deficiência. Uma forma de evitar isso é adotando fontes que facilitam a leitura e promovem conforto visual para pessoas com deficiência visual ou cognitiva.

4. Utilize cores adequadas no layout e nas fontes

As cores utilizadas no layout e nas fontes também podem prejudicar a experiência, principalmente de pessoas daltônicas. Para evitar isso, utilize o alto contraste adequado e atente-se para a escolha das cores no design do seu site. 

5. Adote o uso de recursos por comando de voz

O comando de voz permite que pessoas com deficiência visual ou motora consigam pesquisar por páginas e assuntos no site, além de emitir comandos para que algumas ações sejam realizadas. 

6. Construa conteúdos com hierarquia

A hierarquia dos títulos ajuda a orientar o leitor sobre qual é o título principal e quais são os subsequentes. Isso pode ser feito por meio da utilização de títulos com H1, H2, H3 e assim por diante. As fontes se tornam menores conforme o seu nível de hierarquia no texto.

7. Desenvolva sites com códigos acessíveis

Os códigos acessíveis utilizados em todo desenvolvimento do site orientam os mecanismos, ajudando-os a entender que aquele ambiente oferece acessibilidade digital para todos. 

Dessa forma, seu site será beneficiado alcançando um número cada vez maior de pessoas, ajudando-as a utilizar um ambiente mais acessível.

O guia WCAG estabelece algumas diretrizes para empresas que querem tornar seus sites acessíveis. Acompanhar e aplicar as orientações é a melhor forma de promover acessibilidade digital.

UserWay – Acessibilidade digital potencializada com IA

A acessibilidade digital não precisa ser algo complicado. A UserWay tem como missão tornar o ambiente digital amigável para todos, e por isso traz várias soluções usando o que há de mais atualizado em tecnologia.

Uma delas é a versão Pro do Widget de Acessibilidade da UserWay. Ela é potencializada com IA e é capaz de tornar seu site acessível para pessoas com deficiência em instantes. 

A solução considera diferentes tipos de perfis de acessibilidade, considerando que existem diferentes tipos de necessidade: 

  • motor prejudicado
  • cego
  • daltônico
  • dislexia
  • deficientes visuais
  • cognitivo e aprendizagem
  • convulsão e epilepsia
  • e TDAH

O grande forte da ferramenta é justamente descomplicar a inclusão digital. E entre as várias inovações está a capacidade de criar automaticamente textos alternativos para imagens de acordo com o idioma!

Ele também oferece pequenos ajustes para o usuário, como aumentar contraste, cursor e muito mais. 

Entre em contato e faça parte da revolução da acessibilidade digital!

Perguntas frequentes

O que diz a lei sobre sites acessíveis?

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) determina que os sites devem ser acessíveis para pessoas com deficiência. Ela é considerada uma das legislações mais completas de acessibilidade do mundo. Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, essa lei rege sobre a acessibilidade de forma geral: no ambiente físico e digital. 

Para a acessibilidade digital, ela usa como base os princípios da WCAG. 

Quais são as diretrizes de acessibilidade digital?

As Diretrizes de acessibilidade digital são definidas em Nível de Conformidade A, Nível de Conformidade Duplo A (AA) e Nível de conformidade Triplo A (AAA). Elas determinam o quão acessível um site é, de acordo com critérios definidos pela WCAG.

O que é a WCAG?

WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) é o guia de Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web, que compõe as recomendações para acessibilidade para a web da Web Accessibility Initiative do W3C.