É preciso falar sobre a inclusão digital. Cerca de um quarto da população brasileira possui algum tipo de deficiência e precisa de adequações para sua total integração na sociedade. Para que isso ocorra de fato, foram criadas as WCAG, que são as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web.

Consideradas o padrão ouro das diretrizes de acessibilidade, as WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) evoluem conforme a tecnologia também avança. Um trabalho de atualização que envolve tanto grupos de trabalho junto à população com deficiência quanto a Iniciativa de Acessibilidade da Web (WAI) do World Wide Web Consortium (W3C).

Pensar em recursos estruturais como rampas de acessibilidade, pisos táteis, entre outras soluções arquitetônicas é importante. Mas para falar de inclusão, é necessário pensar no que torna a sociedade o que é, e isso envolve o mundo off e on line. 

Essa ampliação da acessibilidade para revolucionar a inclusão é uma discussão antiga e as primeiras diretrizes de acessibilidade para conteúdo web surgiram em 1999. Mesmo assim, no Brasil apenas 1% dos sites passam nos testes de acessibilidade, apontando para um problema emergente de inclusão. 

Entenda a seguir como as WCAG podem contribuir para tornar seu site inclusivo para todos os públicos – independente das habilidades. 

WCAG: o que é?

Traduzido do Inglês, WCAG são Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web. É um conjunto de boas práticas que devem ser cumpridas para ter um design inclusivo. Essas diretrizes devem contemplar os mais variados tipos de necessidade, como tecnologia assistiva, leitores de tela e navegação por teclado, por exemplo. 

Elas são guiadas por quatro princípios que foram a base da acessibilidade web:

  • perceptível
  • operável
  • compreensível
  • e robusto

Dentro deles, existem 13 diretrizes que norteiam padrões de acessibilidade. Veja mais detalhes sobre os princípios e como essas 13 diretrizes se enquadram nos princípios básicos das WCAG.

1. Perceptível

Todos os componentes da interface do usuário e conteúdo devem ser apresentados de forma que todos os usuários consigam percebê-los por meio de ao menos um dos sentidos. Aqui cabem 4 diretrizes WCAG:

Alternativas de texto – São soluções que substituem um texto por algum outro elemento, como um rótulo no campo de formulário ou a descrição de uma imagem. Isso faz com que pessoas que não conseguem ver ou interagir com o texto consigam compreender do  que se trata. 

Mídia temporal – mídias interativas precisam ter textos alternativos e legendas ocultas para a compreensão delas por todos os usuários

Adaptável – pessoas acessam sites de dispositivos diferentes, principalmente se tiverem alguma deficiência. Um site precisa ser adaptável a isso, sem que informações sejam perdidas só pelo tamanho do site ter sido alterado. 

Distinguível – aqui é sobre a formatação do conteúdo. Priorize textos com espaçamento, tamanho de fonte adequado e contraste entre fundo e texto.

2. Operável

Além de perceber, o usuário também precisa conseguir interagir com o site. Para isso, é necessário evitar ações obrigatórias que não são possíveis de serem realizadas por todos os usuários. Veja cinco diretrizes que se encaixam aqui:

Acessibilidade por teclado – todo site precisa ser facilmente navegável apenas por teclado. Pessoas com deficiência motora, por exemplo, muitas vezes têm dificuldade em utilizar um mouse. Ou seja, os sites precisam permitir comandos de atalho e funções programadas para teclas. 

Tempo de acesso – existem sites, principalmente governamentais, que limitam o tempo de acesso ao usuário para realizar alguma função, isso pode interferir na possibilidade de uma pessoa com deficiência solicitar algum direito e até registrar um boletim de ocorrência. Sites precisam ser programados de forma que haja tempo suficiente para uma pessoa acessá-lo como um todo.

Convulsões – Elementos brilhantes, piscantes e flashes excessivos devem ser evitados, já que causam convulsões em pessoas com epilepsia, por exemplo. Por isso, o melhor é eliminar esse tipo de elemento do seu site. 

Navegável – Navegabilidade é o beabá da experiência do usuário. Isso vale para todo e qualquer usuário, independente de deficiência ou habilidade. Por isso, é importante que a navegação seja intuitiva e lógica. Isso inclui menus suspensos e o uso de tags de título e subtítulo, que hierarquizam e organizam a informação.

Modalidades de entrada – Independente de usar um mouse, teclado, navegação por voz, rastreadores oculares ou outros, dispositivos de entrada, a experiência de site não pode mudar. 

3. Compreensível

Além de perceber um conteúdo, o usuário também deve ser capaz de compreendê-lo e saber utilizar a página com eficiência. Três diretrizes devem ser seguidas aqui:

Legível – Evite jargões, siglas desconhecidas, termos estranhos ou linguagens muito robustas. A linguagem deve ser o mais clara possível. Se precisar usar um termo técnico ou algo do tipo, tente ser didático e explicá-lo. 

Previsível – Aqui vem de novo a experiência do usuário. As pessoas não têm que se esforçar para adivinhar como seu site funciona. Ele deve funcionar da forma que é esperada. Coloque orientação para rolagem da página na vertical e inclua todos os links de navegação no cabeçalho e rodapé da página, para facilitar a navegabilidade. 

Assistência de entrada – Sabe aquele site que faz limpeza de cache e não salva informações de entrada? Esse site não segue essa diretriz. é importante que o usuário possa salvar suas informações no navegador. Isso evita erros e facilita o acesso de pessoas com deficiência às páginas nas quais ele costuma navegar. 

4. Robusto

O quarto princípio é garantir que o conteúdo seja interpretado de forma clara por todos os dispositivos, inclusive tecnologia assistiva. Por isso, aqui fica a última diretriz:

Compatível – Não importa se vai ser acessado em 2024 ou em 2050, o site precisa ser compatível com as tecnologias mais atualizadas. 

Mas o que é esperado das diretrizes WCAG 2.2?

Basicamente, a versão mais recente da WCAG exige que sites, plataformas e aplicativos tenham elementos como

  • alto contraste entre fundo e texto
  • alt text ou textos alternativos descrevendo elementos visuais como gráfico e imagens
  • transcrições e legendas de vídeos
  • formulários com rótulos nos campos
  • botões e links com descrições

Quais os níveis de conformidade WCAG?

São três níveis de conformidade WCAG. Cada um abrange critérios específicos para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência

1. Nível A (básico)

Este nível é considerado o básico por transpor barreiras de necessidade fundamental para algumas deficiências, por exemplo: pessoas com deficiência visual podem ter uma melhor experiência em sites que usem alt text (textos alternativos) na descrição de imagens, gráficos e outros elementos visuais. 

Checklist de acessibilidade nível A:

  • Atalhos de teclas de caracteres
  • Gestos de acionamento
  • Cancelamento de ponteiro
  • Rótulo no nome
  • Atuação de movimento

2. Nível AA (intermediário)

O Nível AA vai um pouco além do básico. É como se fosse assim: O nível A vai contar para o usuário que tem um vídeo na página. Já o AA vai permitir que o usuário consiga compreender o conteúdo do vídeo.

Checklist de acessibilidade nível AA:

  • Orientação
  • Identificação de campos de entrada
  • Reorganização de conteúdo
  • Contraste em conteúdo não textual
  • Espaçamento de texto
  • Uso do mouse e foco
  • Mensagens de status

3. Nível AAA (avançado)

Se o WCAG é o padrão ouro em acessibilidade, o nível AAA é o padrão ouro do padrão ouro. É o maior nível que pode ser alcançado, de acordo com as diretrizes. Sites com este nível de conformidade mostram uma preocupação em serem acessíveis com os mais variados usuários. Por exemplo, eles oferecem descrição de texto, áudio, LIBRAS, entre outros. 

  • Identificação da finalidade
  • Tempo limite
  • Animação de interações
  • Tamanho do alvo
  • Mecanismos de entrada concorrentes

Lembrando que cada nível é acumulativo com o anterior. O Nível AA contempla o checklist no nível A. E o nível AAA contempla os outros dois níveis. 

Mas, é importante ressaltar que mesmo chegando ao nível AAA isso não significa que todas as deficiências sejam abrangidas. Principalmente quando se fala em deficiências de cognição e aprendizado. 

Para isso, existem ferramentas que contemplam muito além do previsto pelo WCAG em acessibilidade, que é o caso da empresa User Way. Veja a seguir. 

Userway: acessibilidade web de verdade

A mais completa solução em acessibilidade web, a UserWay está atualizada e vai além das WCAG 2.1. A empresa está em conformidade com a versão mais recente das WCAG (2.2). Os produtos da empresa usam o que há de mais moderno em Inteligência artificial para facilitar a acessibilidade web e transformar a inclusão digital no mundo todo. 

Em vez de precisar contratar uma equipe de programação e design acessível, em poucos cliques e qualquer empresa ou órgão público consegue oferecer o que há de melhor em acessibilidade web para o usuário. 

Entre as soluções está o Widget de Acessibilidade potencializado com IA, que traz a possibilidade de adaptar o site para diferentes perfis de acessibilidade:

  •  motor prejudicado
  • cego
  • daltônico
  • dislexia
  • deficientes visuais
  • cognitivo e aprendizagem
  • convulsão e epilepsia
  • e TDAH

Além disso, personaliza a experiência do usuário, que pode escolher como irá adaptar a página a suas necessidades. Com o Widget ele consegue adaptar tamanho de texto, contraste, espaçamento, entre outros. 

Por fim, a empresa também pensa em quem ainda não tem certeza de que seu site está em conformidade com as exigências legais e as WCAG. Para isso, ela oferece uma ferramenta chamada Scanner de Acessibilidade  que faz uma verificação do site e aponta os problemas de acessibilidade, adaptando a programação para que os erros sejam facilmente corrigidos. 

Entre em contato conosco e faça parte da revolução da acessibilidade web!

FAQ

Como as WCAG contribuem para o cumprimento de diretrizes de conformidade?

Com uma documentação robusta indicando o que fazer para ter um design inclusivo, as WCAG são as grandes norteadoras de legislações de acessibilidade pelo mundo. Isso inclui a Lei Brasileira de Inclusão e o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG).  

O que é W3C acessibilidade?

É um consórcio internacional que tem o objetivo de garantir o crescimento da World Wide Web (WWW) – também conhecida como a internet. É formada por 450 membros, entre órgãos públicos, privados e organizações independentes. 

Essas organizações se unem para

  • produzir protocolos
  • elaborar padrões
  • gerar diretrizes

Todos de forma gratuita e abertos ao uso. Entre esses padrões também estão as diretrizes de acessibilidade. 

Quais deficiência são abrangidas pela acessibilidade web?

A acessibilidade web tem o objetivo de reduzir ao máximo as barreiras para uma pessoa com deficiência. Entre as deficiência que podem – e devem – ser contempladas com ações de inclusão digital estão:

  • deficiência visual
  • auditiva
  • motora
  • linguagem
  • cognição
  • e neurológica