Promover inclusão digital é algo que vai além do necessário. É um ato de cidadania. Quando se fala em vida em sociedade, ela precisa ser pensada como um todo: mundo virtual e físico. Mas existem barreiras que são sentidas por um quarto da população brasileira, que possui algum tipo de deficiência. 

Parece básico, mas as pessoas não experimentam o universo digital da mesma forma. Muitos sites, aplicativos e plataformas não são construídos pensando em todos os usuários, promovendo a discriminação dessas pessoas. É como se elas não fossem realmente bem-vindas ali. Isso não precisa ser assim – nem deve. 

Mas isso não deve ser feito apenas com a inclusão tecnológica, e sim pensando em como o mundo digital irá receber essas pessoas. Seja por limitações visuais, motoras, de cognição, entre outras deficiências que podem, inclusive, surgir com o tempo, a verdade é que é necessário promover a acessibilidade. 

Se uma pessoa com deficiência precisa de uma vaga de estacionamento especial para fazer uma compra, porque ele não vai precisar de uma página ou aplicativo que também pense em suas limitações?

Foi aí que surgiram as WCAG – as diretrizes de acessibilidade de conteúdo web. Com elas, o assunto passou a ser contemplado em grandes mesas de conversa, além de exigência legal. 

Por isso, entenda melhor sobre o que é inclusão digital, como isso pode ser feito na terceira idade e nossa solução de Widget de Acessibilidade potencializado com IA

O que é inclusão digital

Já dizia o filósofo francês Pierre Lévy: “Toda nova tecnologia cria seus excluídos”. Mas será que precisa ser assim?

Falar sobre inclusão digital vai muito além de ir contra a exclusão digital. O termo refere-se à democratização das tecnologias de informação, promovendo o acesso a todos. Pessoas com deficiência possuem seus direitos e deveres, como qualquer outro cidadão, mas também possuem características específicas. 

Mas o que isso significa de verdade? A seguir, veja o que é necessário para que essa inclusão seja efetiva.

Tipos de inclusão digital

Existem três elementos básicos para que a inserção digital e a inclusão digital social ocorra:

  • um dispositivo para conexão
  • o acesso à internet
  • acesso ao ambiente digital

E é nesse último item que está o pulo do gato. Não é apenas proporcionar acesso à internet, computador ou um aparelho celular. A inclusão digital, para acontecer de fato, precisa considerar as particularidades de cada ser humano. 

Muitas vezes, as novas tecnologias são consideradas as maiores segregadoras da população com deficiência. E isso limita o acesso ao ambiente digital de forma plena e a autonomia. Entre as principais barreiras enfrentadas na inclusão digital estão:

  • limitações motoras
  • limitações sensoriais
  • limitações visuais
  • e limitações de cognição

Se uma pessoa é cega, ela não vai navegar pelo site da mesma forma que enxerga. Se ela possui uma limitação física, dislexia, daltonismo, ou até epilepsia, ela vai precisar de adaptações para ter uma boa experiência. 

Inclusão digital de pessoas com deficiência visual

Muitas vezes, uma tecnologia assistiva ou uma simples adaptação em uma página, como contraste de imagem, cursor e letras maiores pode ajudar essas pessoas a ter uma boa experiência. 

É importante gerar conforto nas páginas na web e em aplicativos, com letras com fontes maiores. 

Também é importante:

  • evitar negrito em excesso
  • dar espaçamento no texto
  • e evitar fontes serifadas ou decorativas

Inclusão digital de pessoas com deficiência motora

Para pessoas com deficiência motora, o mouse e o teclado podem ser verdadeiros vilões. Proporcionar navegabilidade por meio da tecnologia assistiva, como telas sensíveis ao toque e outros equipamentos sem mouse e teclado, é essencial para a inclusão digital. 

Por isso, é importante que os sites sejam compatíveis com essas ferramentas, além de proporcionar navegação por voz e outras opções.

Inclusão digital da terceira idade

Outro motivo de investir em acessibilidade digital é o fato de que todos (se tivermos sorte) iremos envelhecer. E, com a idade, vem também limitações. 

A inclusão digital da terceira idade passa por diferentes desafios, que vão desde o enfrentamento do desconhecido (a tecnologia) até problemas de acessibilidade que não contemplam as limitações que a idade traz. 

Viver em sociedade é estar presente nela como um todo, inclusive em ambientes digitais. E é de extrema importância manter essas pessoas conectadas ao mundo para terem:

  • mais qualidade de vida
  • participação na sociedade
  • proximidade da família
  • estar presente na vida de filhos e netos
  • exercitar a mente
  • e até se divertir

Inclusão digital: Exemplos de barreiras comuns na terceira idade

1. Presbiopia

Um exemplo simples e comum. Você já ouviu falar de presbiopia (a tal da vista cansada)? É muito comum que com o envelhecimento dos olhos a visão também seja afetada. É um processo natural de perda de elasticidade do cristalino, o que atrapalha o foco. 

Pode parecer pouca coisa, mas você já deve ter visto uma pessoa acima de 60 anos tendo que afastar o aparelho celular o máximo possível para tentar enxergar, não é mesmo?

Para muitas pessoas, essa pequena frustração pode gerar a aversão à tecnologia. E essa barreira não deveria existir para essa população, uma vez que já existem ferramentas que ajudam com isso. 

2. Perdas visuais

Alguns idosos também enfrentam outras perdas visuais perceptíveis, como:

  • glaucoma (causado pela pressão alta nos olhos)
  • olhos secos (dificultam a exposição a telas muito luminosas por um longo período de tempo)
  • catarata – embaçamento do cristalino do olho
  • degeneração macular – um embaçamento da visão central eu atrapalha a ler e enxergar detalhes
  • entre outros

Animação ou elementos piscantes também são uma péssima pedida para quem tem glaucoma ou catarata.

3. Perda de percepção de cores

Você sabia que a gente não enxerga as mesmas cores com o passar dos anos? Ao envelhecer, o cérebro passa a ter mais dificuldade em processar o que está sendo visto. Um exemplo:

Crianças enxergam as imagens em tons de azul claro. Já entre 30 e 40 anos, a gente enxerga em um tom mais amarelado. E quando idosos, em marrom. 

Isso acontece por conta do envelhecimento do cristalino, que vai ficando cada vez menos transparente. Por isso, é importante que as páginas na web evitem tons amarelos e amarronzados, priorizando contrastes e cores luminosas e vibrantes, que irão cansar os olhos.

4. Fadiga visual

Ainda no campo da visão, é muito comum que ao envelhecer as pessoas sintam fadiga visual ao usar telas. Por isso, é importante gerar conforto nas páginas na web e em aplicativos, com letras com fontes maiores. 

Também é importante:

  • evitar negrito em excesso
  • dar espaçamento no texto
  • e evitar fontes serifadas ou decorativas

5. Problemas de coordenação motora

Os problemas degenerativos de audição e  coordenação motora também podem atrapalhar a experiência do idoso e a inclusão digital. As articulações vão se inflamando, ficando mais duras – a famosa artrite.

Isso faz do mouse um grande vilão da navegabilidade e é aí que entra a tecnologia assistiva, como telas sensíveis ao toque e outros equipamentos sem mouse e teclado. 

Diretrizes WCAG

As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web são um guia seguido pelo mundo todo que tem como princípio boas práticas de inclusão digital. CAda site pode ser acessível em três níveis diferentes:

1. Nível A

É um conjunto de ações básicas feitas em um site para auxiliar a percepção de elementos. Um exemplo são os textos alternativos, que descrevem imagens, gráficos e outros elementos visuais, para que pessoas com deficiência visual consigam saber que eles estão ali. 

2. Nível AA

São ações que unem o descrito no nível A, mas que vão um pouco além. Considerado o nível intermediário de acessibilidade, o nível AA contribui com a  compreensão do conteúdo, como descrição de vídeos, por exemplo. 

3. Nível AAA

Este é o maior nível de acessibilidade que uma página consegue ter, de acordo com as WCAG. Eles contemplam os mais diferentes tipos de deficiência possível, oferecendo descrição em LIBRAS, transcrições de vídeos, áudio descrição, entre outros.

Legislações e normas nacionais de Inclusão Digital

Seguindo as WCAG, no Brasil existe uma principal lei da acessibilidade e um modelo de acessibilidade a serem seguidos:

  • A Lei Brasileira de inclusão
  • e o eMAG

Lei Brasileira de Inclusão

A Lei Brasileira de Inclusão entrou em vigor em 2015 e é considerada uma das mais completas em inclusão digital do mundo. Nelas, está prevista a exigência do cumprimento das diretrizes de acessibilidade por todos os sites, comerciais, organizacionais ou governamentais. 

O objetivo é proporcionar a inclusão digital de todas as pessoas, independente de deficiência ou habilidade. 

e-MAG

O e-MAG é o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. Foi criado como um norteador no design de sites e conteúdos digitais inclusivos do Governo Federal. São recomendações que visam a padronização e as boas práticas de acessibilidade previstas pelas WCAG. 

UserWay – solução completa de inclusão digital

A UserWay possui a missão de revolucionar a acessibilidade web e proporcionar uma experiência incrível e completa para todos os usuários. De olho na população com deficiência, o widget de acessibilidade UserWay utiliza o que há de melhor na Inteligência Artificial para sanar lacunas e barreiras de acessibilidade. 

O Widget é a solução mais completa no assunto, permitindo:

  • aumentar cursor
  • aumentar texto
  • aumentar o espaçamento
  • aumentar contraste
  • entre outros

Além disso, a ferramenta é compatível com tecnologias assistivas e é adaptável a praticamente todas as plataformas de edição de sites. 

São soluções que permitem com que o mundo seja mais inclusivo e que a sociedade como um todo – independente de deficiência ou idade- se sinta pertencente à realidade atual. Tudo com autonomia e compromisso com as legislações nacionais e internacionais. 

Motivo final de investir em inclusão digital 

Caso ainda tenha dúvidas do porquê investir em um site acessível, vale lembrar que trata-se de um quarto da população brasileira, que tem potencial de compra e pode ser um consumidor. 

Com a  inclusão digital, eles com certeza irão priorizar adquirir produtos e serviços de sites e páginas que estejam priorizando as suas particularidades e proporcionando uma melhor experiência do usuário. 

FAQ

Qual é o conceito de inclusão digital?

Inclusão digital é um esforço conjunto entre poder público e privado para democratizar o acesso às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC). Isso deve ser feito por meio de 

  • acesso a dispositivos
  • acesso à internet
  • e acesso ao ambiente digital

Qual é a importância da inclusão digital?

Hoje não existe uma sociedade desprendida do ambiente digital. A Inclusão digital é uma forma de inserir todas as pessoas na sociedade de forma plena, além de proporcionar autonomia e convívio social. 

Quais são os desafios para a inclusão digital da terceira idade?

Com o envelhecimento, várias limitações surgem. Entre elas estão barreiras visuais, motoras e sensoriais. No Brasil, menos de 1% dos sites são acessíveis para pessoas com deficiência, e isso inclui também pessoas na terceira idade. 

Esse problema se une, também, à:

  • resistência à adaptação às novas tecnologias
  • problemas financeiros
  • falta de acesso a dispositivos eletrônicos
  • falta de acesso à internet.